- Área: 1511 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Izabel Diniz
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Fabricantes: Deca, Ecogranito, Eliane, Ladrimar, Preall
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no bairro Colégio Batista, em Belo Horizonte, MG, o Residencial ZIDER é uma resposta crítica de projeto à demanda de esgotar o potencial construtivo em um lote de proporções não-usuais.
Devido ao parcelamento das grandes glebas, a maioria dos lotes na cidade possui 360 m2, sendo um retângulo de 12 metros de testada por 30 de comprimento. Se por um lado esta geometria cria uma relação desejável entre as possibilidades de projeto dentro de um lote e um número de lotes a ser abastecido – em cada rua – pela infraestrutura urbana, por outro, a existência de um sem-número de lotes com dimensões idênticas abre precedente para a repetição de tipologias de edifícios habitacionais multifamiliares, cujos projetos nem sempre possuem uma desejada qualidade arquitetônica. Dessa maneira, um lote que apresente uma variação nas dimensões citadas nem sempre é valorizado.
O lote do Residencial ZIDER possui 10 metros de testada por 40 de comprimento. O seu potencial construtivo é de 680 m2, considerando a multiplicação de sua área por 1,7. Tal montante de área líquida passível de ser edificada levou à criação de oito unidades. Considerando o aumento de qualidade espacial proporcionado por terraços contíguos aos apartamentos, as unidades acessadas pelo nível térreo foram concebidas como estúdios de dois níveis, sendo que no primeiro localizam-se toda a área social e de serviços, e no segundo, os quartos. Assim, possibilita-se a criação de um número maior de unidades na projeção da edificação, com quatro estúdios, todos com área privativa. Acima, há um pavimento com duas unidades e, por fim, dois apartamentos duplex, com cobertura. Logo, dos oito apartamentos do residencial, seis possuem área privativa
O projeto do residencial baseia-se, como exposto, em refutar a lógica do mercado imobiliário de elaboração de apartamentos-tipo, desvinculando a relação de cada unidade do seu potencial espacial frente à proposta de projeto, como no aumento do número de apartamentos do nível térreo a possuir área privativa. Assim, cria-se um projeto com as seguintes unidades:
- Estudio 01 – duplex com área privativa, pé-direito duplo na área social e três quartos;
- Estudio 02 – duplex com área privativa e dois quartos (duas suítes);
- Estudio 03 – duplex com área privativa e dois quartos (duas suítes);
- Estudio 04 – duplex com maior área privativa, pé-direito duplo na área social e três quartos;
- Apartamento 05 – unidade com três quartos;
- Apartamento 07 – unidade com área privativa, pé-direito duplo na área social, três quartos e um cômodo extra;
- Apartamento 08 – unidade com área privativa, pé-direito duplo na área social, três quartos e um cômodo extra.
Ainda que não haja apartamentos-tipo, tal condição de projeto não faz com que a solução adotada seja mais onerosa, financeiramente. Considerando que o edifício foi concebido para ser edificado em alvenaria autoportante, as paredes dos distintos pavimentos são coincidentes, a despeito da criação de diferentes relações espaciais internas. Além disso, os cômodos que demandam infraestrutura sanitárias foram locados contíguos a uma das fachadas, permitindo a criação de prumadas de alimentação e esgotamento.
Outro ponto a salientar refere-se à imagem da edificação. Em termos de revestimento, externamente foi aplicado ecogranito, na cor cinza claro, evidenciando a porção do edifício em que estão locados os estúdios e a outra, na cor grafite, com os apartamentos de um pavimento. A título de coroamento da edificação, as empenas laterais superiores serão pintadas na cor amarelo ouro.